Tuesday, October 20, 2015


De volta

Hoje é dia,
Hoje é dia de voltar,
Voltar a escrever,
Há algo na vida, que ainda não descobri o que,
 que me faz querer voltar a escrever.
Escrever que nem louca, ouvir música acompanhar com um Porto.

Há músicas, músicas que moram comigo,
músicas que levarei para sempre comigo,
músicas que um dia ensinarei aos meus...
Porque essas estão sempre lá connosco, em qualquer momento,
em qualquer altura e quando são precisas sabem tão bem.
Um abraço sem cor.

A escrita e a música falam demais de alguém
é difícil, muito difícil expo-las quando te tocam de maneira tão profunda,
mas então aqui vamos, mais uma vez,
Como na vida, aposta, aposta sempre!
Mas se perderes,
Aposta mais uma vez!

Ana
https://www.youtube.com/watch?v=leL7KSkm97M

Wednesday, August 17, 2011

Nunca se escreve para Si Mesmo



O escritor não prevê nem conjectura: projecta. Acontece por vezes que espera por si mesmo, que espera pela inspiração, como se diz. Mas não se espera por si mesmo como se espera pelos outros; se hesita, sabe que o futuro não está feito, que é ele próprio que o vai fazer, e, se não sabe ainda o que acontecerá ao herói, isto quer simplesmente dizer que não pensou nisso, que não decidiu nada; então, o futuro é uma página branca, ao passo que o futuro do leitor são as duzentas páginas sobrecarregadas de palavras que o separam do fim.

Assim, o escritor só encontra por toda a parte o seu saber, a sua vontade, os seus projectos, em resumo, ele mesmo; atinge apenas a sua própria subjectividade; o objecto que cria está fora de alcance; não o cria para ele. Se relê o que escreveu, já é demasiado tarde; a sua frase nunca será a seus olhos exactamente uma coisa. Vai até aos limites do subjectivo, mas sem o transpor; aprecia o efeito dum traço, duma máxima, dum adjectivo bem colocado; mas é o efeito que produzirão nos outros; pode avaliá-lo, mas não senti-lo.
Proust nunca descobriu a homossexualidade de Charlus, uma vez que a decidiu antes de ter começado o livro. E se a obra adquire um dia para o autor o aspecto de objectividade, é porque os anos passaram, porque a esqueceu, porque já não entra nela, e seria, sem dúvida, incapaz de a escrever. Aconteceu isto com Rousseau ao reler o Contrato Social no fim da vida.

Não é portanto verdade que se escreva para si mesmo: seria o pior fracasso; ao projectar as emoções no papel, a custo se conseguiria dar-lhes um prolongamento langoroso. O acto criador é apenas um momento incompleto e abstracto da produção duma obra; se o autor existisse sozinho, poderia escrever tanto quanto quisesse; nem a obra nem o objecto veriam o dia, e seria preciso que pousasse a caneta ou que desesperasse.
Mas a operação de escrever implica a de ler como seu correlativo dialético, e estes dois actos conexos precisam de dois agentes distintos. É o esforço conjugado do autor e do leitor que fará surgir o objecto concreto e imaginário que é a obra do espírito. Só há arte para os outros e pelos outros.

Jean-Paul Sartre, in 'Situações II'

Wednesday, July 27, 2011

Fire to the rain!

"I'm not a thinking mind, I'm a talking mind!"


Dúvidas, assaltam-me todas as noites, são más, cruéis, degradantes!
Será isto, será aquilo?Quero aqui, quero acolá!
Para mim preciso de todo o tempo do mundo.Preciso de mim!
O tempo escapa, os desejos igualmente...
Quantos desejos podemos ter numa vida?
Tenho tantos quanto posso,
tantos quanto os minutos que correm nas veias.
Vão e vêm!Quero tudo, mas não quero nada!

* foto retirada do blog http://papagaio.wordpress.com

Monday, July 18, 2011

Calcanhoto!

E porque eu não moro mais em mim...
Devo dizer que há dias dificeis, por mim, pelos outros, pelos demais...Porque outrora houveram tempos de glória. Porque ansiamos por eles e ao mesmo tempo evitamo-los.
Porque sofremos por nós e pelos outros. Porque recordamos tempos passados e sorrimos ou choramos. Porque a vida é assim "full of memories".
Adriana Calcanhoto devo dizer, porque o dia em que EU fui mais feliz...ainda não chegou!
Roubamos ideiais, recriamos ideias e pintamos novos quadros da vida. E a vida é feita disto mesmo.

Tuesday, March 29, 2011

Vai um empurrãozinho?

Uma hora com três minutos, esta é a hora que marca o visor. Hora de trabalho para alguns, porque a vida está só para os ricos e para aqueles que transbordam sorte pelos poros. Enquadro-me claramente naqueles que trabalham a esta hora...
Felizmente não me enquandro nos "acomodados", dá-me nervos acomodar-me!Sinto um arrepio na espinha com a possibilidade do "por longos anos".
Ao mesmo tempo que procuro segurança, esta dá-me volta ao estomâgo. Que remédio tenho senão engedrar um novo plano?
Algo se forma no horizonte, vejo talvez uma luz, mas preciso de um incentivo...Vai um empurrãozinho?

Tuesday, July 13, 2010

HUMMM...olha n sei!

Bem,
Depois da mensagem de incentivo...eis que chega...a realidade...
Vejamos, depois da rádio surge o desemprego, o comodismo, e tudo e tudo e tudo...
Cá estou eu com as minhas questões de existenciais, tal como Jean Paul Sartre :s
Ainda recordo como abri a pestana para este "pensador"... Escrevi um texto, a mandado de um dos melhores professores que tive até então. O tema? LIVRE! Pensei: Fantástico!
Deambulei pelas palavras (tal como faço na vida), sem saber o que abordar...(nunca falarei daquilo que desconheço) portanto, falarei do Homem considerando aquilo que sou, que penso, que traduzo por acções...
Falarei daquele que é o nosso objectivo enquanto pessoas racionais e ainda daquilo que desejo e espero de alguém com senso comum...da transformação da sociedade, do homem e dos seus principios.
A resposta por parte do professor foi única e simplesmente: Ana já leu Jean Paul Sartre?
- Não professor?Quem foi?
Ele ripostou com silêncio, o que me deixou que nem uma gata...curiosa!Então aqui fica então para os curiosos...

"O dinheiro não tem ideias."
"Ainda que fôssemos surdos e mudos como uma pedra, a nossa própria passividade seria uma forma de ação."
"A vida é o pânico num teatro sem chamas."
"No amor, um mais um é igual a um."


Friday, March 26, 2010

Identidade insólita



















Quando a solidão corre nas veias,
e a inspiração vem com uma música...
é a criação de um pensamento,
longe daqueles que o transformam.

É um prazer doloroso,
de querer estar só e não conseguir,
é um escrever incontrolável,
de desejos perpétuos, que me correm nas veias.

Como sempre,

Ana Nobre